A arte é algo que remete à liberdade de expressão;nos coloca em contato com o lúdico para que a realidade questionável faça sentido – ou não. Controlar as emoções nem sempre é tarefa fácil, e há quem diga que o momento de catarse nos purifica mentalmente. O francês Philippe Echaroux é fotógrafo e artista de rua que descobriu sua paixão pela fotografia em 2008 e, já no ano seguinte, conquistou o prêmio Internacional de Fotografia Dior. Antes de investir na carreira, ele atuava como assistente social em sua cidade natal, Marselha.
Sua obra vem se destacando frequentemente com uma ideia considerada visionária no mundo da arte – ele decidiu criar um conceito chamado Street Art 2.0 com o projeto Pinturas com Luzes em 2014. A proposta é expressar-se através de projeções usando a tecnologia como ferramenta de trabalho. O primeiro local de trabalho escolhido para expor sua arte, foi na floresta amazônica. Este insight rendeu questionamentos acerca dos malefícios causados pelo desmatamento e diversos crimes que lá são praticados contra os povos indígenas.
Afim de evitar que qualquer lugar precisasse ser alterado para que o trabalho fosse reproduzidos, Philippe decidiu utilizar a própria floresta como pano de fundo e, logo de cara, exibiu projeções dos rostos de membros da tribo Suruí – também vítimas das irrefreáveis devastações que atraem exploradores de ouro na região e mais conhecidos nos estados de Mato Grosso e Rondônia. Vítimas de mineradores e da exploração madeireira, o território Suruí vem sendo violado sem hesitação e o povo que lá vive reforça o dever acerca da conscientização sobre tal exploração gananciosa que, por sua vez, também coloca em risco a vida dos habitantes.
É notável que o conceito artístico de sua obra valida a forte ligação entre a natureza e seus nativos, deixando clara a necessidade de prevenção ambiental.
Confira abaixo um vídeo do making-of do projeto: