Instagram para seguir: @alice_pataxo

Alice Pataxó

Felizmente, com o alcance das redes sociais conseguimos nos conectar com histórias mais diversas. Nesse cenário, surgem vários jovens influenciadores com uma trajetória de luta e resistência que ajudam a desconstruir paradigmas e dar visibilidade às tradições e à cultura indígena. É o caso da Alice Pataxó, uma das mais conhecidas ativistas indígenas e que usa essas mídias para defender e propagar a sua cultura ancestral.

 

Alice reúne em sua rede quase 80 mil seguidores no Instagram, incluindo nomes ilustríssimos como Chico Buarque e Emicida. Em seu perfil, Alice ajuda a tecer relatos mais humanos e atuais do que é ser indígena no Brasil, em meio à pluralidade que isso significa. 

Quem é Alice Pataxó?

Uma jovem militante que pensa as questões coletivas da juventude do seu povo. Tendo sua mãe como referência, aos 14 anos já trabalhava no movimento estudantil e aos 15 já era líder em sua comunidade. 

Ainda na sua adolescência, Alice percebeu que a sociedade precisava enxergar os povos indígenas de verdade e não da maneira estigmatizada dos livros de história. A partir de então, ela, que é da etnia Pataxó (daí o @alice_pataxo), vem se dedicando a ser uma das vozes dos povos originários nas redes sociais. “Compartilho nossas narrativas a fim de descolonizar o estereótipo que as pessoas ainda têm sobre nós.”, declarou em entrevista ao STL. 

Mas seu trabalho não está apenas no Instagram. Além da presença ativa no Twitter, Alice é criadora do Nuhé – canal no YouTube para disseminar cultura e dar vida ao projeto Literatura Indígena nas Mãos, que conecta leitores e escritores indígenas. 

A representação de beleza indígena 

Em suas redes sociais, a jovem ativista mostra a importância e significado da pintura corporal – em que cada um delas tem um simbolismo próprio e uma forma de ser produzida.  “Eu estou muito acostumada com as pinturas e vestes, quando uso a minha pintura eu me sinto muito mais bonita. É meu padrão de beleza, e é dessa forma que eu gosto de me ver”, relata. 

Os produtos usados nas pinturas corporais são obtidos da natureza: são tintas feitas de jenipapo, argila e urucum que podem durar na pele por uns 15 dias. Diferente de uma maquiagem, não há produto removedor que tire. 

Moda e estética num contexto ancestral 

Dentre as transformações que o Instagram causou na vida de Alice Pataxó, a questão estética é uma delas. No que se refere a  looks, personalidades e vestimentas, ela conta: “Usamos coisas que encontramos na natureza e dão em nossos territórios e isso se tornou a moda do lugar. Nossas roupas são bem antigas, então elas passaram por repaginações para ficar ao gosto de quem usa. E no fim das contas tudo isso se mistura”. Sendo uma artesã de mão cheia, ela usa essas habilidades para ressignificar peças que compra prontas. 

Nas aldeias, por exemplo, as roupas também são carregadas de significados. Quando há uma comemoração, vestes especiais são usadas, mas elas ficam só no acervo, para essas ocasiões: “Tem roupa que pesa quase 5 kg, então fica mais difícil de usar no dia a dia”. 

Em seu perfil no Instagram, Alice ressalta: Arte Indígena não é só enfeite, cores, é história, significado, é aprendizado.” 

Alice Pataxó

Vivência indígena nas redes sociais 

Para quem ainda questiona a presença de influenciadores indígenas nas redes sociais, Alice responde: “Muitas vezes me perguntei sobre o que eu faço, sobre o que isso me torna, um aparelho tão pequeno em minhas mãos amplia não só a minha voz, mas através de mim a voz de povos que foram silenciados no nosso Brasil. Sempre acreditei no fim das dores, isso muda com educação, com carinho, com sabedoria, o mais inteligente de todos não é aquele que aprende rápido, é aquele que divide com a sociedade o que aprendeu, que planta as árvores da sabedoria no outro, essa é a missão que procuro.

 

Ainda que diferente do que fazemos há gerações, esse também é um ato de revolução, um ato de resistência.”

 

 

 

 

 

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Revista Digital Yacamim

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