Exposição reúne obras raras de Tarsila do Amaral no MASP

Um dos maiores nomes da arte brasileira modernista é tema da nova exposição que ocupa o Museu de Artes de São Paulo (MASP). “Tarsila Popular” reúne 52 pinturas e 40 desenhos da artista Tarsila do Amaral, entre eles, os quadros de maior destaque da carreira da pintora, como Abaporu e Antropofagia. Tarsila nasceu em 1º de setembro de 1886, na cidade de Capivari, interior de São Paulo. Suas vivências de arte vieram em grande parte de seus estudos em Paris, para onde viajou em 1923. Tendo aulas com artistas como André Lhote e Fernand Léger, iniciou suas inspirações dentro do movimento modernista. Teve como grandes influências o cubismo e a Antropofagia, modelo criado por seu marido Oswald de Andrade, que visava coletar referências culturais europeias  e transformá-las em algo único incluindo elementos nacionais e locais.

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Com isso, é considerada uma das artistas principais do movimento modernista brasileiro. Utilizando de cores fortes e excessivas em suas pinturas, queria representar um país aquarela através de suas telas com paisagens trazendo o interior, indígenas, negros, lendas, religião e subúrbio.

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Vale ressaltar que um dos quadros que simboliza a fase de manifestação religiosa na vida de Tarsila é o “Religião Brasileira I”, onde, em 1927, pintou referências católicas brasileiras. A santidade em seu altar envolto de flores, Nossa Senhora e as cores vibrantes, uma das maiores marcas da artista.

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Outra importante fase da artista foi a Social, onde pintou quadros que representavam diretamente a vida popular brasileira e sua ligação com o trabalho, muitas vezes não retratados de uma maneira otimista, mas de acordo com a realidade da época. “Operários”, de 1933, trouxe a diversidade étnica estampada em sua tela, assim como “Segunda Classe”, pintado no mesmo ano, mostra uma família humilde em uma estação de trem em busca de oportunidades.

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Para ajudar a explicar aos visitantes a importância da obra da artista e mostrar sua grandiosidade, o museu convidou historiadores e profissionais de arte para realizarem análises de suas pinturas. Ao todo, quarenta textos foram escritos e adicionados ao catálogo da exposição, junto à mostra. Não há indicação de um caminho que os visitantes devem seguir ao longo do evento – os espaços são livres para o público iniciar a visita pelo setor que desejar. Porém, a organização dividiu os quadros em pequenas salas, enfileirados por suas fases e estilos.  Entre as divisões estão: Autorretratos, viagens, nus, movimento antropofágico, manifestações religiosas e o Social e NeoPau Brasil.

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A mostra é uma oportunidade única para os visitantes não apenas conhecerem a fundo a história de Tarsila, mas terem a oportunidade de ver de perto quadros que estavam fora do país. A obra “Pescador”, de 1925, foi vendida pela própria artista na Rússia e hoje é exposta no Museu Hermitage, em São Petersburgo, que a emprestou para a exposição. É a primeira vez que o quadro é exposto no Brasil.Como esperado, a obra mais buscada dentro da exposição não poderia ser outra, já que também é a que tornou a pintora reconhecida internacionalmente pela sua arte: Abaporu. Pintado em 1928 como um presente para seu então marido, o escritor Oswald de Andrade, possui 85x73cm e seu significado vem do tupi-guarani, onde Tarsila juntou as palavras “aba” e “poru”, que significam o “homem que come”.

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A pintura não voltava à São Paulo há onze anos e veio emprestado do Museu de Arte Latino-Americana (Malba), de Buenos Aires. Na exposição, pode ser visto ao lado de seu complemento, o também famoso Antropofagia, de 1929. A obra é uma junção de Abaporu com “A negra”, pintado em 1923.

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Onde: Museu de Arte de São Paulo (MASP)

Quando: de quarta a domingo das 10h às 18h e às terças das 10h às 20h. A exposição vai até 28 de julho.

Os ingressos estão sendo vendidos na bilheteria do MASP e no site oficial do museu, onde também é possível saber mais sobre a história e carreira de Tarsila.

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